
Sobre recomeços, cafés e histórias (de vida e de ficção)
Demorei um pouco pra vir aqui falar sobre isso. Sabe aquele tempo que a gente precisa pra digerir as coisas, entender os “porquês”, colocar a cabeça no lugar? Pois é. Foi exatamente isso que eu fiz.
Recentemente, fui desligado da empresa onde trabalhei nos últimos três anos e meio como desenvolvedor terceirizado. E olha… não vou mentir, a notícia chegou como um soco no estômago. Afinal, sempre fui aquele profissional que veste a camisa, que mergulha de cabeça nos projetos, que se envolve, que busca soluções, que conversa com clientes, entende as dores e propõe melhorias — e foi assim com os produtos que tive muito orgulho de ajudar a evoluir.
Claro que, no primeiro momento, a pergunta veio automática: “Onde foi que eu errei?” Porque a gente tem esse hábito, né? De achar que tudo gira em torno da nossa performance, do nosso esforço… como se só dependesse da gente.
Mas, passado o impacto inicial, caiu a ficha. Nem sempre é sobre falha. Às vezes, é sobre contexto. Sobre números. Sobre planilhas. E, infelizmente, sobre cortes. E, bom, talvez eu tenha sido aquela “opção técnica” que representava, no papel, a menor perda pro momento difícil da empresa. E tá tudo certo. Faz parte do jogo.
Aliás, essa situação me trouxe uma baita reflexão: ser bom tecnicamente é ótimo (e necessário), mas ser alguém que conhece profundamente o negócio, que entende a fundo o que move a empresa, pode ser o fator que faz a diferença lá na ponta, na hora que decisões difíceis precisam ser tomadas.
Só que, olha… nem tudo é tempestade. Passado o susto, comecei a enxergar oportunidades que antes estavam ali, meio escondidas atrás da correria do dia a dia. E quer saber? Talvez essa seja a chance perfeita pra me dedicar a desenvolver soluções pensadas especialmente pra quem, muitas vezes, fica fora do radar das grandes empresas de software. Pequenos negócios, pequenos empreendedores… gente que precisa de tecnologia sob medida, sem aquele preço que só as gigantes podem (ou acham que podem) cobrar.
E sabe aquele papo de “quando uma porta se fecha, outra se abre”? Pois é. Me peguei também olhando pra outra paixão que sempre caminhou comigo: escrever. Aliás, pra quem não sabe, eu tenho um livro publicado — Szabo, que tá lá na Amazon (confere aqui) — e talvez esse seja o empurrãozinho que eu precisava pra escrever mais. Mais histórias. Mais vida. Quem sabe, até, um novo livro.
E se tudo isso não fizer sentido? Bem… tem sempre aquele plano B — ou seria plano C? — abrir uma cafeteria, virar barista e passar os dias fazendo o que eu já faço muito bem enquanto programo: tomar café (mas agora servindo, de preferência aquele espresso perfeito, com aquele cheiro maravilhoso de café moído na hora!).
Brincadeiras à parte, a verdade é que a vida é isso aí: ciclos que se fecham, outros que se abrem, e a gente no meio, aprendendo, reaprendendo e, principalmente, se reinventando.
Bora pra próxima. Porque recomeçar não é perder. É só começar… de novo. E melhor.